quinta-feira, 10 de março de 2011

Da minha agenda florida.

Este é um texto breve, destes que eu escrevo no cantinho de um guardanapo qualquer, mas este eu escrevi na TAG "importante" da minha agenda florida: Ele tem o rosto de um adulto, mas olhos carentes de criança abandonada. Tem cara de quem tem muita história pra contar e jeito de quem não se importa em ouvir. Dono de uma timidez impactante que sempre me dá vergonha de ser tão espontânea! Das pessoas as quais poderia me interessar ele é o mais avesso, e eu com meu medo todo, enfio o coração dentro do estômago e me meto a digerir essa coisa toda. Ele sempre tão calmo, tranquilo, centrado, e eu essa menina besta que não tem paciência de esperar a vez na fila do cinema! Essa menina trouxa que tem medo de pegar o telefone, ligar pra ele e dizer “Olha só eu estou na frente do seu prédio e tenho 3,00 reais no bolso, vamos tomar uma casquinha?” E ouvir um não como resposta, porque a única certeza que ele me dá, é a certeza de muitas dúvidas. No fim eu faço alguma piadinha tola, ele solta aquele sorrisinho tímido de lado, e eu fico prestando atenção nas pintinhas castanhas salpicadas em seus olhos.




01/03/11 – Ouvindo S.O.J.A – You and Me.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Fobia

Eu tenho medo sim. Eu tenho medo porque em todas as vezes que eu amei, amei sozinha. Eu tenho medo porque sempre ouvi coisas como “você não é mulher pra mim” de homens que também não eram homens para mim, Eu tenho medo porque todas as vezes que alguém chorava; Esse alguém era eu, e se houvesse algum coração para estar apertado e ferido voltando pra casa, esse coração também era o meu, eu tenho medo porque toda vez que e depositava minha alegria em alguém, o meu troco era devolvido em moedinhas de um centavo. Eu tenho medo porque toda vez que eu lutava, eu estava lutando sozinha, e toda vez que vencia tinha vencido pelo cansaço. Eu tenho medo porque chorar dá ruga, e convenhamos, ruga é algo bom de evitar. Eu tenho medo porque eu ainda sou muito nova, e meu coração já é muito amargo, Eu tenho medo de tudo que é novo, e possa me causar algum dano, então já trato de ir evitando logo de cara, pra não dar pano pra manga. A culpa com certeza deve ser toda minha. Afinal, quem muito abaixa mostra a bunda, mas já que a culpa é minha e, eu coloco em quem eu quiser, já botei a culpa na vida, pra que ninguém venha a mim para reclamar, e funciona assim: Eu finjo que eu enjôo pra não me apegar, eu finjo que não quero, pra não ficar querendo, finjo que não gosto, já pra não gostar, e vou me poupando de todas as fadigas sentimentais, Eu tô matando tudo que vem pela frente, foi tudo que me ensinaram até agora, me mataram por capricho, por carreira, por outra mulher, eu mato pela fobia de amar outra vez e ser morta de novo. Daí eu choro com medo de estar sozinha, sem um alguém ao lado, e a culpa é toda da vida, vejo quero viver cada milímetro dela, mas finjo que não viveria tão bem com alguém ao lado, daí eu choro de novo, irônico não é? Daí eu finjo que não te quero, finjo que não estou nem um pouquinho interessada, e vou sumindo aos poucos até eu fingir que te esqueci e depois passa. Não leva a mal? Meu coração bateu pouco, mas já apanhou um bocado!