domingo, 20 de fevereiro de 2011

Dois

Não considere isto uma crônica, este texto importuno talvez até petulante, é apenas num desabafo, ou um chega pra lá no mundo, hoje eu to aqui pra dizer, que eu já estive dos dois lados da moeda, e que pra mim é muito difícil ver uma porcelana perfeita se quebrar, em toda minha vida, nunca vi duas pessoas tão tortas se equilibrarem tão bem juntas, mas o que é, é e ponto. Hoje estou aqui pra dizer que eu também choro, por ambas as partes mesmo estando aparte dessa longa historia, eu to aqui porque ela é uma guerreira, e ele tem uma alegria de viver incontestável, mas ainda não teve tempo de ser um todo talvez ainda nem seja o tempo de se completar, mas sim de aprender, e eu to aqui porque já fui como ele, tive essa sede de vida que atropelava tudo que viesse em minha frente, até aprender a colocar cada coisa no seu devido lugar, eu to aqui porque assim como ela, passei por sofrimentos duros, que lapidam a alma, e de uma forma ou de outra, me fizeram crescer, eu to aqui porque eu aprendi que a vida é a mais pura arte de saber esperar, Tempo. Ela é toda torta, toda errada, às vezes doida, desequilibrada, mas dá tempo de ser tudo em uma só. Eu aprendi que não existe outra forma de conseguir aquele emprego bom, sem dedicação e tempo, não tem como melhorar as coisas sem ter vontade e tempo, não tem, definitivamente não tem como aprender as coisas se não com o tempo, o tempo cura, o tempo acalma, o tempo ameniza, o tempo envolve, o tempo realiza, o tempo coloca as coisas no lugar, e ele vai e volta sem nossa autorização, mas ele sabe direitinho o que é bom, seja pra quebrar, seja pra colar. Eu to aqui porque eu sei que a culpa não é dela, nem dele, eu sei que a culpa é do tempo. O tempo perguntou pro tempo, quanto tempo, o tempo tem, o tempo respondeu pro tempo, que o tempo tem o todo o tempo do mundo. O tempo não sabe exatamente quanto tempo tem, Mas que é... ah, isso é, eu tenho certeza, por isso eu estou aqui.